quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Riscos para quem consome os alimentos irradiados.

A irradiação de alimentos não provoca riscos para quem consome os alimentos.

O nível de dose utilizado na irradiação de alimentos é no máximo 10 kGy cujo valor é muito menor aos outros processos, como o aquecimento e o uso do forno de micro-ondas.

A irradiação pode induzir a formação de algumas substâncias, chamadas de produtos radiolíticos, na constituição dos alimentos. Estas substâncias não são radioativas e não são exclusivas dos alimentos irradiados. Muitas delas são substâncias encontradas naturalmente nos alimentos ou produzidas  durante o processo de aquecimento (glicose, ácido fórmico, dióxido de carbono). Pesquisas sobre essas substâncias não encontraram associação entre a sua presença e efeitos nocivos aos seres humanos.

Sobre os nutrientes, a irradiação promove poucas mudanças. Outros processos de conservação, como o aquecimento, podem causar reduções muito maiores dos nutrientes. As vitaminas por exemplo, são muito sensíveis a qualquer tipo de processamento. No caso da irradiação, sabe-se que a vitamina B1 (tiamina) é das mais sensíveis, mas mesmo assim as perdas são mínimas. A vitamina C (ácido ascórbico), sob efeito da irradiação, é convertida em ácido dehidroascórbico, que é outra forma ativa da vitamina C.

Tipo de Radiação utilizada na irradiação de alimentos.

Na radiação irradiação de alimentos utiliza-se como fontes de radiação os isótopos radioativos, mais frequentemente o Cobalto-60, obtido pelo bombardeamento com nêutrons do metal Cobalto-59 em um reator nuclear.
Depois que o Cobalto-60 é produzido, ele é duplamente encapsulado em tubos de aço inoxidável, o que impede qualquer vazamento de radiação. A meia vida do elemento é de 5,3 anos.

Equipamentos Utilizados para Irradiação de Alimentos e/ou Outros Materiais.







Atualmente, os equipamentos mais utilizados são os irradiadores de cobalto 60. Esses equipamentos consistem numa fonte de cobalto 60 instalada num "bunker", ou seja, uma câmara de irradiação cujas paredes são blindagens de concreto. Essa fonte, quando não está em operação, fica armazenada numa piscina (poço) com água tratada, revestida por um "liner" ( revestimento) de aço inox, no interior da blindagem. 

Os alimentos a serem irradiados são colocados em "containers" e através de um monotrilho são conduzidos para o interior da câmara de irradiação, onde recebem a dose programada de radiação gama. Operadores qualificados controlam e monitoram eletronicamente a fonte de radiação e o tratamento dos produtos, através de um console situado fora da câmara de irradiação. 

Para conduzir as operações, necessita-se de um operador (nível médio), carregadores (nível básico), um segurança (nível básico) e dois supervisores de proteção radiológica (nível superior e qualificado pela CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear). Todos os trabalhadores devem ser treinados. 
O irradiador de grande porte é um equipamento empregado na esterilização e tratamento de alimentos “in natura” e industrializados, com o intuito de conservar e, conseqüentemente, aumentar a vida útil do produto. 




Objetivos da irradiação de alimentos:

O objetivo mais importante desse método de preservação de alimentos(e outros produtos) é assegurar a qualidade higiênica. Esse aplicação causa impacto no mercado de importação/exportação, pois traz uma melhor qualidade higiênica ao produto, permitindo assim a sua maior durabilidade.

Abaixo, um resumo dos objetivos da irradiação de alimentos.

- Redução de microrganismos patogênicos:
A preocupação maior da consciência pública é com as ameaças de patógenos situados dentro ou sobre o alimento. Entre eles Escherichia coli, salmonella,Campylobacter jejuni.


- Descontaminação:
Até então as especiarias e ervas eram fumigadas, usualmente com gases esterilizantes tais como óxido de etileno(etO), para destruir microrganismos contaminadores. Contudo, o uso do etO foi proibidos por um regulamento da União Européia, e tem sido banido em vários outros países porque é um carcinógeno. Desde então a irradiação emergiu. Seu uso resulta em ervas e especiarias mais limpas e de melhor qualidade, se comparadas as fulmigadas com etO.


- Extensão do tempo de prateleira:
A irradiação de alimentos provoca a extensão do tempo de prateleira, pois muitos microrganismos da decomposição são relativamente sensíveis a radiação.
Ex.: Uma dose de 2,5kGy aplicada a carcaças frescas de aves processadas é suficiente para eliminar a salmonella, e também de matar muitas outras bactérias de decomposição. Mesmo após a irradiação, o alimento tem de ser armazenado em locais, com temperaturas adequadas.

   
- Desinfestação:
A desinfestação pela radiação pode facilitar o comercio de frutas frescas, tais como frutas cítricas, mangas e mamões que frequentemente abrigam pragas de insetos de importância quarentenária. Insetos que infestam estas frutas são facilmente distribuídos pelo comercio internacional e também pelo turismo em frutas não tratadas, ameaçando áreas produtoras de outros países.
Baixas dosagens de radiação ionizante, entre 0,15 e 0,3KGy, efetivamente controlam a mosca da fruta e outros problemas com insetos.


- Inibição de Brotamentos:
Doses de radiação muito baixas inibem o brotamento de produtos como batatas, inhames, cebolas, alhos, gengibre e castanhas. A irradiação não deixa resíduos e permite o armazenamento a temperaturas mais elevadas do que usualmente utilizadas na refrigeração.A irradiação de batatas, armazenadas a temperaturas mais alta, trazem melhor qualidade de processamento ao produto.
Produtos químicos também podem inibir o brotamento em legumes, mas podem deixar resíduos no produto e por isso são considerados como nocivos.